Lorelai
Música: "It's The End Of The World (As We Know It)", R.E.M


"If you knew this was your last day on earth, how would you want to spend it?"



... got me thinking.



[ The world of pretend is a cage, not a cocoon. ]
Lorelai
Música: "Rewind", Paolo Nutini

I'm in a rather British mood today. I wouldn't possibly know the reason why, it's just a simple fact - I'm in a British mood. Some say that the British are dull or cold or antipathetic – funnily enough, England (London to be more specific) has always been the place where I’ve pictured myself living in (an obvious exception made to my heart homeland). Well, this doesn’t have the slightest logic and I’m going way off the road here.

British mood or not, angry or sad or simply numb… I’m getting a smidgen tired of people, to be honest. I am sorry; that isn’t accurate at all. I’m tired of mean people – who, let’s face it, constitute a rather large part of the world’s population (unfortunately…). Or that’s just the way I see (for today, at least).

It’s just… I mean, honestly: why are people mean, why would someone like to be evil, to see others down and glee with that or even be the responsible for other people’s misery (and held it as the main activity of their daily life, as a matter of fact)? It really doesn’t make any sense at all to me. It’s not playing dumb; it’s not pretending to be innocent; it’s not trying to believe I’m oh-so-good and everyone else is just Lucifer in modern clothing. It’s just stating a fact: there are too many wicked people – and who enjoy being so. And I seem to have the misfortune to meet a few too many – or perhaps I just pay far too much attention to them. Now there’s something clever (especially because, after all… I’m writing about them, ain’t I?).

Breathe. Let it all out and remember one precious thing – there are good people too. And I’m quite aware I’m well lucky in knowing a couple of those too – above all, due to the fact that they are so extremely rare. To all of those people, even if they don’t know I’m saying this to them: thank you.

I’m just far too annoyed by “evilness” in people. And sleepy. Whatever.




[ "sempre chegamos ao sítio onde nos esperam". ]
Lorelai
Música: "Big Girls Don't Cry", Fergie


O Dia Deu em Chuvoso

O dia deu em chuvoso.
A manhã, contudo, esteve bastante azul.
O dia deu em chuvoso.
Desde manhã eu estava um pouco triste.

Antecipação! Tristeza? Coisa nenhuma?
Não sei: já ao acordar estava triste.
O dia deu em chuvoso. Bem sei, a penumbra da chuva é elegante.
Bem sei: o sol oprime, por ser tão ordinário, um elegante.
Bem sei: ser susceptível às mudanças de luz não é elegante.
Mas quem disse ao sol ou aos outros que eu quero ser elegante?
Dêem-me o céu azul e o sol visível.
Névoa, chuvas, escuros — isso tenho eu em mim.

Hoje quero só sossego.
Até amaria o lar, desde que o não tivesse.
Chego a ter sono de vontade de ter sossego.
Não exageremos!
Tenho efetivamente sono, sem explicação.
O dia deu em chuvoso.

Carinhos? Afectos? São memórias...
É preciso ser-se criança para os ter...
Minha madrugada perdida, meu céu azul verdadeiro!
O dia deu em chuvoso.

Boca bonita da filha do caseiro,
Polpa de fruta de um coração por comer...
Quando foi isso? Não sei...
No azul da manhã...

O dia deu em chuvoso.


Álvaro de Campos, in "Poemas"
Lorelai
Música: "Te Busqué", Nelly Furtado feat. Juanes

O ar pela rua fica logo com um aroma diferente, as pedras da calçada ganham aquele brilho após os chuviscos típicos do Outono, voam em turbilhão as tristes folhas caídas. O frio enregela, os dias parecem encurtar, as gotas de chuva não se silenciam lá fora. Cá dentro, a lareira já aquece, aquele momento meio hipnotizante do fogo a arder. Pela rua, podem ver-se aqui e ali decorações de Natal, ainda que este esteja a uma distância considerável. Sabe bem aconchegarmo-nos no casaco quentinho e no cachecol fofinho enquanto andamos pelos passeios a rebrilharem sob a chuva. Um raio de sol, por mais ínfimo e fugaz que seja, dá um sabor especial por entre as nuvens cerradas. De modo algo antitético, tudo parece brilhar de forma mais intensa nestes dias mais escuros e frios. Uma voz de esperança.

Cheira a Inverno… e eu gosto.




[ At the end of the day, faith is a funny thing. It turns up when you don't really expect it. It's like one day you realize that the fairy tale may be slightly different than you dreamed. The castle, well, it may not be a castle. And it's not so important, happy ever after, just that it's happy right now. See once in a while, once in a blue moon, people will surprise you, and once in a while people may even take your breath away. ]
Lorelai
Música: "Quelqu'un m'a Dit", Carla Bruni

Há um facto na vida da maioria das pessoas que não deixa de ser curioso: parece que temos sempre uma tendência inevitável para nos focarmos naquilo que nos sucede de mau ou no que de mau aparece à nossa volta, em vez de dedicarmos uns minutos mais de atenção ao que temos de bom. Parece-me, no mínimo… uma estupidez. E não estou a fazer uma crítica ou algo do género, porque sei bem que também o faço (e em demasia). É mera observação. Só que, vendo bem, o que é que retiramos disso? Vale de alguma coisa? Resolvemos os problemas deixando-os consumirem toda a nossa energia?

Recentemente, acendeu-se uma luz no meu cérebro e eu fui esperta o suficiente para fazer o que era melhor para mim; e, na verdade, era o único caminho inteligente a tomar. Fui criticada, houve quem não compreendesse; porém, senti um peso brutal ser-me retirado dos ombros e passei a respirar muito mais livremente. Então porquê sentir-me mal com o que os outros dizem ou fazem?

Digo isto para me convencer a mim própria, embora saiba bem que são tentativas fúteis. Contudo, convém sempre tentar e ver então depois os resultados.


[ in bilico tra tutti i miei vorrei, non sento più quell’insensata voglia d’equilibrio ]