Lorelai
Música: "Fuck You", Lily Allen

Certas coisas tocam-nos bem fundo nos nervos. Pessoas há a quem é a mal-educação, o cinismo, a ingratidão. Nos últimos tempos, a mim, tem-me incomodado particularmente a falta de coragem e de carácter de quem tinha em grande conta (não de toda a gente que tenho em grande conta, mal fosse. Mas de gente, vá).

Nem todos os momentos são fáceis. Quantas vezes nos surgem empecilhos que nos dão cabo da vida? Se formos a ver, a grande maioria desses obstáculos deve-se à existência de outras pessoas na nossa vida. Porque não estamos sós. E ainda que não considere que todos sejamos responsáveis pelos sentimentos de cada um, há um mínimo de decência que eu considero imprescindível naqueles que classifico genericamente de "boas pessoas" (infantil, eu sei).

Nem todos pensam ou sentem da mesma maneira. Por vezes, os sonhos e desejos de outras pessoas colidem connosco. Pensam o que não pensamos. Querem o que não queremos. Sentem o que não sentimos.

Para mim - opinião muito pessoal - a maneira como lidamos (ou não) com isso pode ser aquilo que nos distingue. Ou que nos torna igual a todos os outros.


[ I'm sorry if you think that I'm being kinda mental but you left me in such a state... Now I'm gonna do to you what you did to me: I'm gonna reciprocate.

I never wanted it to end up this way... you've only got yourself to blame. ]
Lorelai
Música: "Goodbye Tomorrow", Silence 4


Não: era isso que eu devia aprender a dizer.
Não. Uma palavra só, uma palavra simples, uma palavra sucinta, uma palavra directa. Uma palavra completa.
Não. Com mil e um motivos, com toda a razão.
Não. Não a mim, mas não aos outros.
Não. Nunca o digo a outrem, contudo digo-o constantemente a mim própria. Nego-me quanto me apetece.
Não. Não me apetece escarafunchar a ferida, deitar-lhe sal e induzir a dor.
Não. Começo a dizer não. Não a mim, mas aos outros.
Não. Há uma primeira vez para tudo…
Há sempre alguém a quem dizemos não.
Não.


“well, too much silence can be misleading…”



[ 2 de Novembro de 2005. A prova escrita de que eu era bem mais inteligente aos 17 anos do que sou hoje em dia. ]
Lorelai
Música: "Break Me Shake Me", Savage Garden


Só dá para aguentar durante um certo tempo a ilusão de que somos felizes da forma como estamos quando pouco ou nada bate certo; que não é quem nos lixou que está a viver a vida que nós queríamos para nós próprios; que não estamos constantemente a adiar os nossos sonhos sabe-se lá bem porquê; que não perdemos aquilo que mais desejávamos por medos do Passado excessivamente enraizados no nosso ser.

Ocupar a mente e conduzir o corpo à exaustão. Inventar problemas onde eles não existem, fazer planos que jamais iremos realizar. E sonhar acordada a maior parte do dia, sem prestar qualquer atenção ao que se passa em redor.

São opções, alternativas à ilusão.

Ou então, lidar de frente com a realidade. Tomar as rédeas e guiar o nosso destino para onde queremos realmente ir.

Eu escolho a segunda hipótese.



[ and some things are the way they are and words just can't explain. ]