Música: "How To Save A Life", The Fray
Magnífico Reitor, Exma. Senhora Directora, Exmo. Sub-Director, Caros Professores, Caros Funcionários, Caros colegas, Caros familiares, minhas senhoras e meus senhores...
Este é o meu discurso em meu nome, em minha representação. Estas são as minhas palavras, por mim - e por mais ninguém. Isto é tudo o que gostaria de dizer quando me pediram para falar em público - mas que não faria sentido em tal cenário.
Cheguei a esta Faculdade por mero acaso. Nunca antes havia sequer ponderado entrar para esta Universidade. O meu futuro estava delineado perfeitamente por mim - e nunca, nem por um mero nano-micro-segundo, eu ponderei entrar nesta Faculdade. Mas, por um mero acaso, fui forçada a ponderá-lo e quando o fiz, algo me fez decidir que sim, aquele era o meu sítio. E então o meu plano de vida, tão cuidadosamente delineado ao longo de tantos anos, esfumou-se e foi radicalmente alterado de um momento para o outro, quase num impulso de Verão.
E ainda bem que o foi. Hoje sei que era meu destino ir para a Faculdade que fui, conhecer as pessoas que conheci, ainda que nem tudo - e nem todos - tenha sido bom. Contudo, fez de mim quem eu hoje sou. Conheci das melhores - e das piores - pessoas de sempre, vivi mais do que poderia imaginar há quatro anos atrás, fiz amizades mais valiosas que o ouro e lancei fundações mais fortes que o Homem de Aço (um que fosse resistente à kriptonite, inclusive).
Aprendi que o Universo sabe bem o que faz e que, por vezes, nos destrói todo e qualquer plano que tivessemos, só para nos levar para onde temos que ir. «O Universo sabe o que faz», dizia alguém que alterou por completo a minha visão da vida - e esse tornou-se o meu lema de vida.
Aprendi que as amizades vão e vêm, mas que aquelas verdadeiras ficam e não mais partem.
Aprendi que não raras vezes, aquelas pessoas que mais amamos são as que mais nos magoam - e são também as que nos dão as maiores lições de vida e nos dão a bagagem necessária para estarmos mais aptos para desilusões (ou nem tanto) futuras.
Aprendi que quase sempre dou demasiado de mim a quem não merecia nem metade, sem jamais receber o devido em retorno; mas aprendi também que, desde que o faça em consciência, consigo lidar com o desapontamento e crescer a partir daí.
Aprendi que sou mais forte do que pensava, que sei mais do que imaginava, que tenho o Mundo na palma da minha mão se ao menos tiver a coragem de o agarrar.
Aprendi que eu sou apenas eu, uma pessoa insignificante no meio de 6 biliões de outras, mas aprendi também que basta uma pessoa para fazer a mudança. E eu quero fazê-la, como a fiz na minha vida ao longo de 3 anos.
Acreditar sempre, sonhar sempre, ir sempre mais longe, sem chorar na adversidade mas aproveitando-a sempre como uma oportunidade de ir mais longe. Forçar as barreiras, deitá-las abaixo e seguir em frente, porque por aí é que é o caminho.
Obrigada a todos os que estiveram e ficaram comigo - e àqueles que vão ficar sempre no meu coração mesmo que não se mantenham na minha vida. E muito em especial, obrigada a todos os que me magoaram, me desiludiram, me deitaram abaixo e me fizeram duvidar de mim: só me fizeram ser mais forte, acreditar mais, crescer para lá do possível e ter a confiança suficiente para dar o maior salto de fé - acreditar em mim mesma.
(E nunca hei-de esquecer quem me ajudou e quem pude ajudar, quem ainda hoje me dá um sorriso sincero quando me vê, quem partilhou comigo inúmeros cafés do Sr. António. Nunca hei-de esquecer tantas aulas de tantos professores, tantas parvoíces que foram feitas e ditas, tantos momentos fossem de trabalho e estudo ou nem tanto. Nunca hei-de esquecer que muito começou - e muito acabou - nesta Faculdade, nestes três anos. Aí ficam, com saudade).
- L.
[ it's hard to say it - it's time to say it: goodbye, goodbye. ]