Lorelai
Música: "Childhood Dreams", Nelly Furtado

Penso ser claro que todas as raparigas anseiam pelo seu Príncipe Encantado. Quando no fim de um dia em que nada correu bem só te apetece fechar os olhos e sonhar… Sabe bem poder abri-los e ver algo melhor que qualquer sonho mais que perfeito. Sentir carinho, apoio, amor… Sentir alguém.

O Príncipe e o vazio acabam por ser duas coisas relacionadas. Compreende-se perfeitamente: porque em tendo esse príncipe… Tudo parece completo. Só ouvimos aquela voz na nossa mente, só vemos aquele sorriso quando vejamos os olhos, só sentimos aquele toque quando sonhamos… E durante uns tempos, quando essa pessoa dá sinais de saber da nossa existência… É maravilhoso, é o céu na terra… E, por vezes, dá-nos depois um pequeno Inferno.

Sei o que é alguém entrar na nossa vida e mudá-la por completo. Por vezes, muda mais ou menos. Para melhor ou para pior. Mas muda, isso é inevitável. Seja por um período mais longo, mais curto, mais feliz ou mais infeliz. A mudança é assim.

E eu gosto dela. Porque, apesar de todos os sentimentos contraditórios, ela é preciosa, essencial à nossa vida. É óptima, nem que seja num segundo, em certos segundos. Faz parte da vida, faz parte de nós. Constitui-nos. E, quando acontece a nível emocional, é o melhor sentimento caso se trate do amor…

Cada palavra, por mais simples que seja, como “olá”, se for dita pela voz dele é… a mais doce combinação de letras que alguma vez me tocou os ouvidos. Um toque descuidado e despercebido, se for dele, é o mais fantástico gesto que alguma vez vi. O sorriso dele… só aquele sorriso é tudo. O olhar dele fixo nos meus olhos… e sente-se alguma coisa por dentro, mais quente, mais… verdadeira. Ou será?

O problema é que, por vezes, nos iludimos. Mas como vi outro dia, em algum lado: “é por isto que nos desiludimos e de novo nos iludimos: andamos à procura”. Andamos à procura. Mais: andamos à procura de alguém, diria eu.

Talvez já a tenhamos encontrado, talvez nunca tenha cruzado o nosso caminho, talvez ainda a não tenhamos visto “com olhos de ver”. Talvez julguemos já a ter encontrado… e não seja bem assim. E daí talvez não.

Quem sabe?