Música: "Love Show", Skye
Não é nada.
Aliás, não é nada, não. Não posso dizer que não é nada. Se não fosse nada, não falava disso, não pensava nisso. Não é nada, não. Só que não sei que seja.
Não é nada como o que senti por ti no Passado; mas, vendo bem... também não és tu. É outra pessoa, totalmente diferente de ti. Ou pelo menos diferente de ti o suficiente para não me magoar - não do modo que tu me magoaste.
Mas não é nada, não; não é nada comparado com tudo o que vivi contigo. E tudo isso é o que me faz hoje ter medo de deixar esse nada transformar-se em algo - e perder o controlo de mim, do meu mundo meticulosamente organizado e perfeito na sua mediania dourada.
Não, não é nada. Não é mesmo nada. Não pode ser.
[ Só tenho saudades tuas ]
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Música: "My Hero", Foo Fighters
Estive a pensar e decidi que, se um dia eu tiver filhos, não os quero a crescer no meio da cidade. Hei-de ir para os subúrbios, no mínimo - ou algures para longe das ditas grandes metrópoles.
Não sei se foi só sorte - ou azar, na verdade - o que sempre me aconteceu em relação às pessoas que fizeram parte da minha vida. Só que o facto é que os meus amigos verdadeiros, dignos de tal nome e que se tenham mantido, são dois ou três... E agora, que chego à Faculdade e sou recebida por uma data de gente de braços abertos, vejo como certas mentalidades, de pessoas "extra-Lisboa", são totalmente diferentes - e de uma forma mil vezes mais positiva. E dão muito mais valor ao que eu considero mais importante - relações decentes e atenciosas para com os outros.
Não sei se é dos ares citadinos, não sei se é só a minha experiência pessoal a deturpar as ideias - mas acho que Lisboa vicia as pessoas (ou será que são as pessoas que viciam as outras?). Há outro espírito nas pessoas que vêm de fora - mesmo que seja só de uns meros quilómetros. A vida em Lisboa amorfa, sufoca, faz crescer depressa demais.
Amo Lisboa... Mas como qualquer grande amor, tem que se ter cuidado com ele, saber dosear a paixão para não destruir toda e qualquer emoção...