Música: "Killing Loneliness", HIM
Aquele peso no peito, um aperto no coração, as lágrimas a bailarem nos olhos e a teimarem em quererem saltar, um vazio, aquele vazio, vazio inexplicável. Não há palavras para descrever este estado de espírito. E eu nem sei porque é que estou assim.
Não és tu, já não és tu, já é mais que tempo que não sejas tu - e não és, ainda que quando me sinto assim ainda pense em ti. Mas não é por ti, não tem nada a ver contigo. Só que também não sei com o que é que afinal este sentimento de pura letargia, tristeza ou vazio - ou até mescla de tudo isto - está ao fim e ao cabo relacionado. Odeio esta sensação de completa inutilidade, de ridículo, de solidão. Acaba por ser isso mesmo: solidão. Nunca estive tão bem e nunca estive tão feliz - nunca tive tantas pessoas absolutamente perfeitas do meu lado. E sei que estou bem. Só que falta algo, falta-me um pedaço e já não sei onde o encontrar.
Talvez o melhor seja mesmo nem procurar. É inútil - e para inutilidade já me chega o resto, já me chega este sentimento perdido por aqui e que insiste em ficar. Assim, talvez seja mesmo melhor sacudir esta tristeza, levantar os olhos e fitar o céu, por mais nublado que esteja - porque sempre é uma perspectiva diferente. Mais vale ficar-me pelas pequenas coisas que me vão fazendo sorrir todos os dias, mais vale ir vivendo através da vida dos outros, sentir emoções diferentes apenas através dos outros. É mais seguro e provavelmente é o que me está de facto reservado. E ao menos assim não dói quando a desilusão bate à porta.