Música: "Not There Yet", Luísa Sobral
Se há coisa em que sou muito tipicamente portuguesa, é naquela pequena questão muito peculiar das saudades. Tenho saudades quase sempre, de quase tudo; quando estou a ter um momento realmente feliz, sou capaz de sentir saudades quase que por antecipação. Sou assim, que hei-de fazer? Pode não ser muito saudável, mas é a forma como fui construída; desisti de combatê-lo, decidi abraçá-lo.
No meio de tantas saudades, existe algo em particular que, quando desaparece, me deixa realmente umas saudades tremendas: eu própria - melhor dizendo (o meu egocentrismo ainda não chega a tanto), a noção de quem eu sou. É demasiado fácil perdermo-nos no meio dos outros e, enfim, no meio da vida que corre ao nosso lado sem darmos por ela.
O último ano teve provavelmente dos melhores momentos que tive na minha vida; são memórias que ficarão para sempre. Mas no meio de tanta vida, perdi-me algures; agora é tempo de me reencontrar.
[ when you're dreaming with a broken heart, the waking up is the hardest part. ]