Música: "Fireworks", Katy Perry
Sou ligeiramente às avessas. Nem sempre as coisas me parecem mais certas nos seus lugares quando as faço da forma que seria considerada normal.
Quando se aproxima o virar do ano civil (que pouco mais é do que uma data meramente simbólica, apesar de tanta gente ver nela a vinda de um novo Messias a cada 365 dias), dou por mim mais preocupada em reviver os detalhes dos 12 meses que vivi do que em preparar uma série de resoluções que sei que não irei cumprir nem pela metade.
Músicas, filmes, livros, frases, momentos, pessoas e sentimentos. Mil e uma coisas que eu tento compôr numa qualquer mescla minimamente lógica, para observar à distância o quadro de umas 8760 horas de vida. E de uma forma bastante agridoce, organizo tudo aquilo que ao longo do ano adio indeterminadamente - acalmando o coração e ouvindo a razão.
[ nothing compares - no worries or cares; regrets and mistakes, they are memories made. ]
Música: "Christmas Wrapping", The Waitresses
Este ano, o Natal vai ser diferente. 24 de Dezembro chegou sem me dar tempo para o sentir chegar. Os dias foram passados a trabalhar, até ao último segundo. A família não vai estar completa à mesa da consoada - nem sequer no almoço de Dia de Natal. Sinto-me a dizer adeus aos melhores amigos de sempre, sem termos completamente a noção de que as coisas vão mudar. Falta o conforto quente no coração. As prendas que eu gostaria de receber não podem ser embrulhadas e colocadas debaixo de uma árvores, independentemente das luzinhas brilhantes que a iluminam.
Este ano, o Natal é diferente. Talvez porque eu esteja diferente, talvez porque o ambiente à minha volta continue a mudar - quer eu queira, quer não. O Natal vai ser diferente e o que se deseja é que, mesmo que mal amanhado, seja o mais feliz e o melhor que se possa ter. Com a esperança de que, para o ano, as coisas mudem novamente, mas para melhor.
Feliz Natal.
[ Merry Christmas! Merry Christmas... but I think I'll miss this one this year. ]
Música: "Shake It Out", Florence + The Machine
Mesmo quando não se quer, as coisas mudam, as perspectivas alteram-se, o que julgáramos certo não o é mais e aquilo que sempre havíamos tido como impossível, acontece. Imprevistos, boas notícias, fatalidades, tristezas e alegrias, planos e objectivos, relações e amizades. Nada é, na realidade - de facto - certo e seguro. E um tudo pode ser um grande nada, algo que nos preenche pode ser igualmente aquilo que nos esgota.
As coisas mudam. A vida não é linear. Uma recta nem sempre é a direito e tantas curvas há que são bem mais certas do que um caminho traçado minuciosamente.
Mas até quando valerá a pena agarrarmo-nos a um sonho que sabemos que nunca virá a ser real...?
[ too much of something is bad enough, but something's coming over me to make me wonder - too much of nothing is just as tough. ]
Música: "Waiting On The World To Change", John Mayer
Once upon a magic world, everyone was happy. There was no sadness, no hunger, no fights, no illness, no selfishness, no wickedness, no disrespect, no greed, no grim stupidity.
Once upon a magic world, all there was to it was kindness, goodness, contentment and joy; healthy ambition towards a better life for everyone, pure curiosity and thankfulness for every single new day we experience.
Once upon a magic world...
[ you may say i'm a dreamer - but i'm not the only one. ]
Música: "Cedo O Meu Lugar", Mesa
Não me sinto mais eu, não penso mais senão em ti. Não te posso ter, mas já não me tenho a mim. Por desejar ter tudo, acabei com nada. Brinquei às emoções até que o jogo deixou de ter piada. Aventurei-me sem medidas de precaução, acabei com arranhões e nódoas negras bem feios. E a história acabou sem nunca ter começado - com o pequenho detalhe de que levou com ela um grande pequeno pedaço de mim.
[ ... mas a seguir peço para voltar. ]