Lorelai
Música: "125 Azul", Trovante


Acontece-me com uma certa frequência acordar a meio da noite e, durante alguns segundos, ficar naquele limbo em que não tenho bem a certeza se o sonho é ou não a realidade. E de quando em quando, assim que me apercebo que, afinal, o sonho é só um sonho, dou por mim a desejar com muito força que assim não fosse. Que o sonho fosse mais do que isso. Ou que eu vivesse dentro desse sonho.

Usualmente, quando isso me acontece são cenários bastante verosímeis. Simplesmente, era a perfeição da minha vida dita normal. O alcançar de este ou aquele objectivo. Estar com quem mais e melhor quero neste Mundo. Sonhos cujos porquês eu consigo identificar, cuja origem eu conheço como a palma da minha mão.

O que ainda nunca me tinha acontecido era ter um sonho tão vívido de um cenário tão pouco realista, tão pouco justificado, tão totalmente inesperado - e que, contudo, tinha o condão de parecer a epítome da perfeição. Não eram OVNI's, não eram viagens intergalácticas; o enredo do sonho em si era do mais corriqueiro que se possa imaginar. Simplesmente, os intervenientes do sonho desempenharem os papéis em questão tornavam-no digno de figurar entre as mais extraordinárias obras de ficção científica.

São sonhos.


[ this is like that moment in the morning when you first wake up and you're still half asleep and everything seems... things are possible, dreams feel true and for that one moment between waking and dreaming, anything can be real. ]